No século XVI, Thomas Morus publicou seu projeto
utópico, porém descolado da esperança cristã no reino de mil anos. No livro Utopia, o marinheiro Rafael relata a
sociedade igualitária, livre e prazerosa que conheceu em uma de suas viagens.
Por um lado, não há o milenarismo ou o quiliasmo, por outro, há a indicação de
um mundo melhor e possível de ser construída por mãos humanas.
Campanella, no início do século XVII, desenvolveu sua
utopia – a Cidade do Sol –, baseada na ordem e na astrologia. Não há
propriedade privada e trabalha se quatro horas por dia, mas tudo é regido pelos
astros. O bem estar de todos depende de orientar-se corretamente pelos
movimentos dos corpos celestes.
Ambos, Morus e Campanella, afastaram-se do quiliasmo e
aproximaram-se da sociedade racional idealizada por Platão. No entanto,
enquanto Thomaz Morus baseou-se em relatos do comunismo primitivo ameríndio,
Campanella parece ter baseado sua utopia no Império Asteca. Para o historiador
Lewis Munford, a Cidade do Sol uniu a República de Platão com o Império de
Montezuma.
Trecho retirado do livro Utopias Esquecidas.