quarta-feira, 25 de maio de 2016

DRAGÕES DO VIL METAL


Em grandes cavernas,
em castelos abandonados,
em amplos salões,
de tetos abobadados,
escamas avermelhadas,
do sangue de suas vítimas,
usam da força bruta
dispensam as artes místicas.


Dragões do vil metal,
por muito tempo construíram,
(enquanto a paz destruíam)
um brilhante cabedal.


Porém,
aparenta a cobiça,
ser então infinita,
cai flamejante,
a fúria retumbante.


Jaz o velho bosque,
outrora verdejante,
em brasas retorcidas,
travessias e vilas,
em pó ou ruínas,
assim se faz a sina,
deste tal legado,
quiçá consumado,
deixar tudo revirado,
em desventura desolado.


Chora então o profeta,
ademais agoureiro,
sua vitória mais cinza,
o dito certeiro.


Feito verso e prosa,
nos lares replicado,
sacrifício delicado,
renúncia duvidosa:
casto relicário,
avulta graciosa,
feito voluntário
desvanecem convalidas
em prol das feras ditas.


Das terras nobre senhor,
sob guarda decidida,
pois alma tão sofrida,
acalenta velha dor,
cada homem assim se faz,
cavaleiro contumaz,
pois de tal juízo,
faz-se o final,
e sem muito siso,
e mais recear,
pois então aumentar,
a carga o tributo,
e sem muito luto,
ao ser entregar,
e ratear diminuto,
vasto salvo-conduto.


Cisma incessante,
el rei hesitante,
não surge o bem-dito,
ecoa sibilante,
e ainda ululante,
das terras do aflito,
assim se faz do grito,
ademais veredito.


Dragões do vil metal,
apesar das oferendas,
desfaz-se o acordo,
ignora-se o trato,
faz por agrado,
o inverso do belo,
caos e flagelo.


Entre os homens,
traição e desistência,
mas nunca cessa e mais avança,
mistério e aliança,
luta e resistência.

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